Mães aprendem com as gafes
Linguagem e autocontrole para não censurar ou controlar os filhos ainda são desafio
PUBLICADO EM 14/06/15 - 03h00
Se, de um lado, os adolescentes estão deixando o Facebook para adotar outras redes sociais e outros espaços de interação, de outro, os usuários mais velhos estão chegando aos montes. Segundo um levantamento demográfico realizado no início do mês de maio pelo site norte-americano Britton, de marketing e design, os adultos com idades entre 30 e 49 anos são agora os principais usuários da rede: 79% dos usuários de internet estão nessa faixa etária. Já entre os adultos de 50 a 64 anos, a proporção é de 60% – contra 10% em 2010.
Mas, ao contrário dos nascidos na era digital, os mais velhos precisam comer muito arroz com feijão para entender essa nova realidade que é o mundo virtual. A linguagem, as formas de interação, as possibilidades e potencialidades de cada ferramenta são apenas alguns dos grandes desafios para quem começa a aprender o “internetês” depois de crescido.
Essas dificuldades geram mais material que será curtido e compartilhado nas próprias redes sociais. É o caso da página “Minha Mãe no WhatsApp” e “Minha Mãe Tá no Face”, que postam excertos de textos de mães dando “mancadas” nessas ferramentas. “Mamãe tá com saudade de você, não coma toda a sobremesa, tá?”, traz uma postagem (que, provavelmente, matou o filho em questão de vergonha – ou de rir).
A empresária Janine Mendes de Almeida, 46, mãe de Júlia Costa, 16, também dá suas mancadas na rede, mas nem liga. “Comecei a usar o Facebook no fim do ano passado. Já dei várias gafes. Não sabia que existia o chat e acabava postando as coisas para todo mundo ver. Os meninos (filhos) puxavam minha orelha, e eu apagava, mas todo mundo já tinha visto”, conta ela, desencanada. Agora, com mais de meio ano de experiência nas redes, o número de bolas fora diminuiu. “Estou ficando mais espertinha”, garante.
Mesmo quem teve filhos mais jovem ainda pena com as novíssimas tecnologias. Mãe do trio Ícaro, 17, Enzo, 16, e Theo Del Rio, 9, a técnica de laboratório Melissa Regina, 37, também não se livrou de deixar os garotos com aquela pontinha de vergonha. “Até nós entendermos o que eles estão dizendo, a linguagem que eles usam, o que estão querendo dizer, nós patinamos direto”, admite. Mas a experiência ensina a aprender com os erros. “Teve uma vez que houve um mal-entendido com uma amiga do meu filho mais velho. Depois disso, eu repensei se comentava ou não assuntos dessa galerinha”, reflete.
Por mais esforço que essa geração faça, é muito difícil que consigam acompanhar o ritmo dos nascidos na era digital. “Podemos dizer que os adultos estão aprendendo a falar (a linguagem) digital, mas o sotaque deles ainda e muito forte”, compara Vítor Peçanha, co-fundador e diretor de marketing da start-up Rock Content.
Públicos
Jovens. No Instagram e no Twitter, segunda e terceira maiores redes sociais, o público ainda é majoritariamente jovem (até 29 anos). No primeiro, eles representam 37% dos internautas. No segundo, são 31%.
Jovens têm mais noção de alcance
Uma das preocupações mais comuns da era digital é o alcance do que se declara nas redes sociais. Mas, nesse campo, os adolescentes estão dando de goleada nas gerações anteriores.
“Os adultos têm uma certa inocência a tudo que o digital apresenta por falta de conhecimento das ferramentas. Isso é distinto de maturidade pessoal. A inconsequência de um adolescente ainda existe no meio digital, mas eles são muito mais cientes de como a coisa funciona”, analisa o diretor de marketing Vítor Peçanha.
Além disso, os mais velhos também tendem a usar menos as potencialidades que as ferramentas oferecem, fazendo um uso mais básico.
“Os adultos têm uma certa inocência a tudo que o digital apresenta por falta de conhecimento das ferramentas. Isso é distinto de maturidade pessoal. A inconsequência de um adolescente ainda existe no meio digital, mas eles são muito mais cientes de como a coisa funciona”, analisa o diretor de marketing Vítor Peçanha.
Além disso, os mais velhos também tendem a usar menos as potencialidades que as ferramentas oferecem, fazendo um uso mais básico.
Fonte: O Tempo
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